terça-feira, 18 de março de 2008

Telefreenemas

Já perceberam como é raro de acontecer? Comigo aconteceu hoje. Claro que não falo dos amigos próximos, que fazem parte do nosso atual círculo. Mas é que tem tanta gente que passa por nossas vidas que aprendemos a querer bem - parentes, amigos de tempos que não voltam mais, a secretária gente boa daquele curso intensivo que você fez e que te adicionou no orkut dela - mas que, por tantos caminhos diferentes vão ficando pra trás e quando a gente lembra, pensa que gostaria de saber como estão.
Só que, nesse mundo egoísta e assoberbado, ninguém mais tem tempo pra ligar pura e simplesmente pra saber como está alguma dessas pessoas. Confesso que nem eu. Então de tão raro, achei bonito.
E eu, maldosamente, fiquei esperando até o final do telefonema a famosa frase: “ah, pois é, soube que estás trabalhando em tal lugar...será que...” - então essa é a hora de ouvir o verdadeiro motivo da ligação e, afinal, saber como você estava era só pra não ficar chato, uma espécie de obrigação social, era um pseudo interesse pela sua vida, que você também conta muito an passant. Quem nunca fez isso? O inusitado é justamente não fazê-lo.

Desliguei o telefone com vergonha de mim. Lembrei-me da sensação que tive ao assistir Juno, maldando (existe esse verbo?) a cena dela com o cara que seria o pai adotivo do bebê e que Paulo Polzonoff Jr. descreveu tão bem no blog dele -> link (obrigada, Helder, parece que consegui!). Vale a pena ler. E eu continuo em lua-de-mel com aquela trilha! Não sei bem porque pra mim esse filme tem um quê dos desenhos do Charlie Brown, às vezes acho que é aquela fonte com aqueles meninos correndo, aquele ar de escola americana, não sei bem, mas que tem, tem.

Por falar em filme, acabei de assistir Magnólia:
- O que podemos perdoar?
- Eu não vou abrir mão de você.
Isso é muito pano pra manga. Melhor parar por aqui. O curioso é que antes de ver o filme já tinha gostado de One e Save me. Início e fim, respectivamente. Agora gosto ainda mais. :)

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