segunda-feira, 30 de maio de 2011

Sedavi

A flor, a praia, as velas, el desayuno, a volta do trabalho, os abraços. Acho que nunca te falei, mas um dos dias mais "leguays" - em nosso portuñol particular - foi quando, saindo do trabalho, me buscaste em frente àquela loja tradicional, onde eu tinha o plano secreto de comprar um conjunto de xícaras clássicas, pra substituir as tuas de asa quebrada. Entrei no carro, como se fosse normal aquela situação, me deste um beijo, eu perguntei como tinham ido as coisas no trabalho e fomos pra casa; ou talvez quando foste encontrar comigo pra me ajudar a comprar o presente de Navidad de mi madre. Coisas das mais corriqueiras, ligações tuas ao sair do trabalho, que me davam uma sensação de permanência, de rotina. Talvez mais do que conhecer mais algum outro país contigo, eu quisesse uma vidinha menos itinerante e um pouco mais previsível, com menos preocupações com nossas malas - y sabes o cuanto me gusta viajar y conocer otros países!- e mais preocupada em pensar que filme baixar pra assistirmos juntos na sala, de mãos dadas, depois de cenar y poner as louças dentro da máquina, juntos.
Sim, me fazias sentir verdadeiramente em casa. E, aconteça o que acontecer, em ti sei que sempre vou encontrar um pedaço de mim, e, em mim, como sabes, carrego muito de ti, e é justamente essa parte de ti que trago dentro é que me acalma.

domingo, 29 de maio de 2011

Deslocamento

Só gosta dos filmes da Sofia Coppola quem se identifica com a falta de ambientação dos personagens em seus mundos.
Nesse último, Somewhere, a parte que eu mais gostei foi a combinação de ping-pong, piscina e Strokes.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Escrevo cartas pra ninguém

"Por mais que eu tente sublimar a cobrança e a pergunta se um dia vc ainda vai resolver  'me querer de volta' , ela vai estar sempre ali, camuflada na forma de qualquer outra pergunta."

"Insistir em tentar descobrir se vc ainda sente um resquício de amor por mim estando com outra pessoa há mais de 1 ano é, no mínimo, falta de amor próprio."  

Faz bem saber que eu já disse tudo que queria ter dito, apesar de que ler essas coisas traz sempre a dor novinha em folha de volta. Fazia tempo que eu não chorava, muito tempo mesmo, e isso me dava uma sensação de superação. Mas agora... não que eu não tenha superado, o problema é que o monstrengo da solidão (que adora aparecer domigo à noite) faz a gente vasculhar o the best of da vida, e adivinha quem está lá? Pois é. Eu não acredito numa volta, sinceramente não. Nem que chegasse o dia tão sonhado de ouvir a sua voz me pedindo pra voltar, como já aconteceu uma vez. Juro. Não há meio de perdoar o abandono de um projeto de felicidade, construído com tanta doçura e sem esforço nenhum: éramos apenas nós mesmos, sem muita noção do tesouro que tínhamos nas mãos. Depois de tanto rodar pelo mundo, conhecer gente, sei exatamente o valor daquilo e, pensando bem, vc tinha noção sim, porque lembro que dizia que o que nós tínhamos era "um em um milhão" - e eu achava um exagero. Essa sua noção só contradiz o resto da história, que eu já desisti de entender há tempos. Hoje o que eu quero é relativamente simples: crer que um raio pode cair duas vezes num mesmo local. Enquanto isso não acontece, nada se ilumina, só chove.

domingo, 1 de maio de 2011

Maternidade desviada

A não-maternidade é uma opção que vai se consolidando. O engraçado é que parece que isso torna o amor pelos meus amigos cada vez mais maternal. Talvez pra dar vazão. Ou talvez pq eles sejam mesmo tão maravilhosos que me fazem querer ter o poder de protegê-los de todo e qualquer mal.

PS.: Eu incluo a minha mãe entre meus amigos e o meu amor por ela tb tem se tornado muito maternal, rs.