segunda-feira, 23 de maio de 2011

Escrevo cartas pra ninguém

"Por mais que eu tente sublimar a cobrança e a pergunta se um dia vc ainda vai resolver  'me querer de volta' , ela vai estar sempre ali, camuflada na forma de qualquer outra pergunta."

"Insistir em tentar descobrir se vc ainda sente um resquício de amor por mim estando com outra pessoa há mais de 1 ano é, no mínimo, falta de amor próprio."  

Faz bem saber que eu já disse tudo que queria ter dito, apesar de que ler essas coisas traz sempre a dor novinha em folha de volta. Fazia tempo que eu não chorava, muito tempo mesmo, e isso me dava uma sensação de superação. Mas agora... não que eu não tenha superado, o problema é que o monstrengo da solidão (que adora aparecer domigo à noite) faz a gente vasculhar o the best of da vida, e adivinha quem está lá? Pois é. Eu não acredito numa volta, sinceramente não. Nem que chegasse o dia tão sonhado de ouvir a sua voz me pedindo pra voltar, como já aconteceu uma vez. Juro. Não há meio de perdoar o abandono de um projeto de felicidade, construído com tanta doçura e sem esforço nenhum: éramos apenas nós mesmos, sem muita noção do tesouro que tínhamos nas mãos. Depois de tanto rodar pelo mundo, conhecer gente, sei exatamente o valor daquilo e, pensando bem, vc tinha noção sim, porque lembro que dizia que o que nós tínhamos era "um em um milhão" - e eu achava um exagero. Essa sua noção só contradiz o resto da história, que eu já desisti de entender há tempos. Hoje o que eu quero é relativamente simples: crer que um raio pode cair duas vezes num mesmo local. Enquanto isso não acontece, nada se ilumina, só chove.

Um comentário:

Jesús disse...

Post muy acertado cielo! Obrigado por tu sensibilidad!