segunda-feira, 30 de junho de 2008

Corações literários

"Se algum sonho teu se apaga, não chora, não te maldiz; por maior que seja a chaga, vira um dia cicatriz."

"Sem 'malquerença' nem trauma prossegue em tuas procuras levando um sol dentro da alma para as noites mais escuras."

- Antônio Juraci Siqueira

(Frases retiradas aleatoriamente numa exposição da galeria de arte da minha amiga, escritas em corações coloridos com giz de cera.)

Desabo/afo

Não há espaço nesse mundo pra coração fraco. O meu precisa de umas vitaminas urgentes. Urgência que me oprime, que eu odeio, me faz sentir tão idiota que nem eu me suporto. E tudo que é urgente soa como tábua de salvação, como desesperador, mas o que resta é só desesperança.

E a minha insônia não cansa de ter alimento.
Saudade de noites tranquilas de sono, noites de paz.
Da minha imagem sem essas olheiras plantadas há quase 2 anos.
Alguém que me dissesse que isso tem data pra acabar, e que não tarda.
Alguém que me afirmasse olhando nos meus olhos e sacudindo os meus ombros: "não, você não esgotou a sua quota de felicidade nessa vida, isso não existe, deixa de ser maluca!"
Dor que não conhece trégua. Resta o senso de humor pra continuar sendo boa companhia pra aqueles recém-conhecidos que nem desconfiam do tamanho do estrago que existe dentro dessa little red-haired girl - e isso até me faz pensar que sou forte.
Por favor, sr. senso de humor, você precisa me prometer, falando bem pausado e compassado, que nunca, NUNCA fará como os outros.

domingo, 29 de junho de 2008

Foi aqui que pediram uma lei estupidamente seca?

E por falar em bebida... eis um post sobre o mais novo imbróglio jurídico nacional: a Lei Seca.
Nem vou me dar ao trabalho de estampar uma foto da autoridade máxima desse país virando copo de cachaça ou com cara de bebum ou ainda jogaaado no banco de trás pra lá de Bagdá num carro oficial porque essa hipocrisia institucionalizada só aumenta minha indignação e me causa náuseas.

O fato é que ninguém sabe o que esperar ao certo sobre como será aplicada na realidade brasileira a Lei 11.705, de 19 de junho de 2008: haverá aparelhamento adequado pra que os policiais tenham condições de aferir a taxa de álcool no sangue?; a perda do direito de dirigir é automática? etc e etc - fora as milhares de questões de cunho sócio-científico-biológico-cultural-estrutural que a nova lei suscita. Andei lendo e posto aqui o que considero ser mais esclarecedor e de maior relevância:

Sobre a quantidade de álcool que se pode ingerir

A lei assume tolerância zero com o álcool. Antes, um motorista podia ter até 0,6 grama de álcool por litro de sangue (dois copos de cerveja). Agora, mais do que zero de álcool é infração gravíssima (7 pontos na carteira), com multa de R$ 955 e suspensão do direito de dirigir por um ano. No princípio, enquanto se aguardam regulamentações, haverá tolerância até 0,2 grama de álcool. Prevê ainda a lei que pode ser presa a pessoa que estiver visivelmente bêbada e não quiser fazer o teste do bafômetro. Vai depender da interpretação da autoridade no local (ui!).

Sobre como o índice de álcool será verificado

Fiscais de trânsito e agentes das polícias rodoviárias poderão submeter os motoristas a testes com o bafômetro. A autoridade de trânsito também poderá levar o motorista suspeito para um exame clínico, se não houver um bafômetro.

Sobre a obrigatoriedade do bafômetro

O motorista pode ser recusar, mas, nesse caso, sofrerá a mesma penalidade destinada à pessoa comprovadamente alcoolizada: infração gravíssima, multa de R$ 955 e suspensão do direito de dirigir por um ano. Essa punição também será aplicada se o condutor se negar a outros exames para atestar a embriaguez - é o entendimento semelhante àqueles que se recusam a fazer o exame de DNA: em havendo outros indícios de prova, cabe a presunção.

Sobre o que acontecerá se houver recusa em fazer o exame para que se recorra depois, alegando inexistência de embriaguez

Prevendo que motoristas embriagados possam recorrer a essa artimanha para escapar da punição, a lei prevê que o testemunho do agente de trânsito ou policial rodoviário tenha força de prova diante do juiz.

Sobre a recusa do cidadão a fazer o teste com o bafômetro sob a justificativa de que, pela legislação brasileira, ninguém é obrigado a produzir prova contra si mesmo

Esse entendimento amparava, até aqui, os motoristas que não queriam fazer o exame com o bafômetro. Mas a nova legislação é explícita quanto às penalidades para quem se negar a isso. O entendimento é que a regra não vale para o trânsito. Dirigir não seria um direito, mas uma permissão do poder público, concedida apenas a quem se habilita e segue determinadas regras.

Lendo a FolhaOnline, o final da reportagem acabava assim: Perto dali, um autêntico representante da espécie "zuzo bem" questiona: "O bafômetro pega ecstasy?" rsrs... então achei um excelente artigo do Prof. Luiz Flávio Gomes, que faz uma interpretação baseada no princípio da ofensividade sobre substância psicoativa e álcool pra quem quiser aprofundar o tema com uma leitura mais técnica.
Outro artigo técnico rápido de ler é o de Jorge Alexandre Karatzios, o qual analisa a inconstitucionalidade da inserção no ordenamento jurídico do crime de perigo abstrato, que seria o caso.

É de se elogiar o talento dessas autoridades que assinam embaixo da nova lei em tumultuar ainda mais a redação dos tipos penais do Código de Trânsito Brasileiro - restringindo meu comentário somente ao âmbito jurídico.

:-# Don't talk, don't drink, don't drive. Hey, Mr. President, can I go to the bathroom, please?

Absolut

A minha fraqueza pra bebida se reflete na cara - e no nariz anestesiado.

- Eu não sinto o meu nariz.
- Hahaha... essa é a mudança de assunto mais inusitada dos últimos tempos no meio de uma conversa séria!

Imagina se a vodka fosse nacional.

sábado, 28 de junho de 2008

Delusão

Há uma diferença entre os conceitos de ilusão e delusão: enquanto o primeiro invalida a experiência, o segundo (muito mais sofisticado) apenas a relativiza. No cinema, mergulhamos no filme, seguimos o protagonista com nossos olhos e pulmões. Ele morre, nós choramos. Enquanto estamos movidos pela história, nos esquecemos de que aquilo é uma projeção dentro de um cinema dentro de um shopping dentro de uma cidade. Tudo feito por atores, diretores, roteiristas. Esquecemos que estamos sentados em uma cadeira, que antes estávamos rindo comendo pipoca ou que aquele ator já fez um personagem completamente diferente. Porque ignoramos as realidades fora do universo do filme, somos fisgados.

Um filme não provoca ilusão, mas delusão: enquanto focamos o filme, esquecemos que há o cinema. Em nossa vida, ocorre o mesmo. Mergulhamos em uma história, incorporamos um personagem, seguimos com pulmão e coração até o fim do drama, que parece o fim do mundo, de fato. A delusão do filme dura 2 horas; a da vida, 2 anos ou décadas. Esquecemos que antes sequer conhecíamos a pessoa pela qual hoje sofremos. E vivíamos bem, sem problemas, não é mesmo? Lembrar disso é sustentar nossa liberdade, escapar da delusão.

Sempre que sofremos, achamos que fizemos algo de errado. E quando nos alegramos, sentimos que acertamos. Esse é um grande equívoco. Pois para a dor surgir não fizemos nada de errado! E a alegria não veio de acerto algum! Eis nossa condição: estamos dentro de um filme que nos apresenta um dilema impossível de ser resolvido. Os conflitos continuarão a aparecer e, para complicar a situação ainda mais, a morte virá com tudo. Não temos chance alguma.

Filme sem saída, história após história, ausência de resolução final. Sua amiga vem chorando e fica algumas horas explicando por que acabou com o namoro de 7 anos. Ela não aguenta mais sentir o peito doendo: “O que eu faço, me diz?”. Você tem duas opções. Na primeira, conversa, analisa argumento a argumento, abraça, chora junto, ri, sai para dançar… Isso se chama terapia (cognitiva ou emocional). Na segunda, você olha bem no fundo dos olhos dela e sussurra: “Acorda!”.

O melhor dos conselhos não foca o conteúdo, mas a estrutura do problema. A causa da briga pode ser raiva, ciúmes, inveja; pode ser a última noite, um fato longe no passado, uma TPM repentina. Para cada causa relativa, podemos traçar a origem, passar por anos de terapia, tomar remédio, compreender, refletir, reprogramar. No entanto, depois de 578 causas resolvidas, sempre aparecerá mais uma, e outra, e outra… A saída não-causal vem na forma de um pulo para além de nossa coerência, uma quebra dentro de nossas tentativas de construir uma configuração ideal.

Nossos mais complicados problemas têm a densidade da nuvem que acabou de cruzar o céu, a seriedade de um palhaço bêbado, a solidez de um holograma. Como em um filme, sua qualidade de vividez e brilho ofusca nossos olhos e os deixam girando como no estágio REM (rapid eye movement) do sono. Enquanto nossos olhos se perdem, nos debatemos, reagimos, procuramos soluções. Não sabemos que basta encará-la, com olhos de sorriso, para que a complicação se mostre onírica.

[Gustavo Gitti, no blog Não Dois, Não Um]

quinta-feira, 26 de junho de 2008

O céu não sai de cima

[Arpoador stones, Jan/2008]

O mar tem voz.
A voz é o ouvido do mar.
Uma a uma, ondas,
sua fala se desfaz,
o mar,
o mar faz
calar.

É impossível mentir para o mar.

- Arnaldo Antunes.

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Goear


Rá, funcionou! :D

Li que esse Goear é uma espécie de Youtube do MP3, aí fui lá fuçar pra tentar postar essa música, na qual fiquei totalmente viciada desde a primeira vez que ouvi.
Tomara que, depois dessa descoberta, eu ainda consiga postar outras coisas além de música! :P
Isso me lembra uma pessoa clamando por meu auto-controle, rsrs.
Come on and let it out.

terça-feira, 24 de junho de 2008

Eu, refletindo


Porque ele é um raro exemplar nesse mundo repleto de gente besta; porque desde a primeira vez que adentrei os cômodos dessa "casa", eu soube que não iria e não queria abandoná-la nunca; porque somos dois librianos lutando contra a esquizofrênica bipolaridade dessa balança chamada "caos"; porque ele some, desce aos abismos do inferno e volta sempre com o cinismo e o sarcasmo in-tac-tos - ou ainda mais afiados; porque me mostra os melhores videos (e danças - e dança!) no youtube; porque sobrevivemos a situações surreais; porque é, definitivamente, a melhor companhia pra ver qualquer filme, com informações variadas sobre tudo, como qualquer nerd que se preze, desde as científicas até aquelas sobre o diretor, o elenco, o período histórico etc.; porque tem talento pra caipirinhas frozen; porque é rock star; porque escreve coisas fantásticas (livros), que são a alma dele impressa; porque tem a sensibilidade necessária pra enxergar sutilezas; porque ainda me dá a chance de ganhar de brinde os amigos dele; porque me faz pensar sobre o tripé surtos de carência x "deixar ir" x descrença em encontrar alguém que ame tanto; porque é uma honra fazer parte do seleto grupo de pessoas que ele diz se ver refletido quando precisa lembrar quem é.

Com quem mais eu poderia me divertir tanto assistindo, em sessões seguidas, Hulck e The Happening (Fim dos Tempos), em grande estréia de novas salas de cinema em Belém do Pará?!?

domingo, 22 de junho de 2008

There is a way to be good again


Não, definitivamente eu não conseguiria ler o livro.
Se com o filme eu já sofri tanto... nossa!
O coração ainda não conseguiu voltar ao tamanho normal.

Mas entre tanta brutalidade, a lealdade (extrapolando o limite da própria vida e integridade física e mental) e essa pérola da delicadeza:

- What do you see?

- The rest of my life.

sexta-feira, 20 de junho de 2008

O que é mesmo tédio?

Diferentes propostas, ambas inesperadas.
Uma, viabilizar-se-ia mais por diversão, mas, pensando bem, tudo que vira obrigação acaba com a diversão: recusei; a outra, um desafio que me encheu de orgulho e contentamento, então aceitei.
Se der mesmo tudo certo, estampo a novidade aqui.
E mesmo que não dê, reconhecimento é bom demais.
Borboletas-phenix no estômago. Perspectivas.
Acontecimentos e pessoas que vêm.
Vôos atrasados, vôos profissionais.
Tudo em pleno movimento.
E eu, sorrindo, digo sim.

Diário

Madrugada: "Meu Deus, depois quem hospeda é que é maluco!!" - comentário da minha amiga Dani, após abrirmos nossos e-mails e darmos de cara com documentos e cartões de crédito scaneados, frente e verso!!

Manhã: Apre-end-endo

Tarde:
EL(F) UNA
E-L-UNA
LUENA!

Noite: "Parcial ou completo?" - O banheiro do Papa (El banõ del Papa); cabeça-de-vento; Icoaracity.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Indepen-gente

Ser INDEPENDENTE é-uma-das-lições-mais-duras-dessa-vida-porque-é-muito-rápido-que-a-gente-se-liga-no-que-a-gente-acha
-que-faz-bem-pra-gente,-e,-ao-mesmo-tempo,-não-é-nada-fácil-encontrar-algo-que-a-gente-ache-que-faz-bem.-.-.-.-.-.-x (cut)

BH Videos

Depois de receber esse link: http://www.youtube.com/watch?v=fS_ZniE4tHM, lembrei que tinha feito uns videozinhos toscos (um no ônibus e outro da última prova da gincana*, tendo somente eu e Helder como representantes da nossa desmanteladíssima equipe, que, ao menos essa prova ganhou!)... só pra sentirem o clima de como foi lá. :-)



* Ainda não consegui postar esse, mais tarde tento de novo.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Noites de gala, samba na rua

Bendita hora em que consegui escapar do paraíso e consegui o último ingresso no camarote, pertinho do palco. Dali eu testemunhei o talento e, principalmente a transbordante alegria com que os músicos do quinteto Pau Brasil tocam, se utilizando de uma outra linguagem que não envolve palavras, mas somente olhares e sorrisos (muitos e durante todo o show), com direito até a bolinhas de sabão, sopradas pelo violonista com delicadeza infantil (vide foto).

E Mônica Salmaso estava genuinamente feliz em estar naquele teatro, com sua alma cantante de músicas do amado Chico! Emocionante. Lindo. Adorei.

Seu beijo nos meus olhos, seus pés
Que o chão sequer não tocam
A seda a roçar no quarto escuro
E a réstia sob a porta
Onde é que você some?
Que horas você volta?
(Você, você)

Morena, dos olhos d'água,
Tira os seus olhos do mar.
Vem ver que a vida ainda vale
O sorriso que eu tenho
Pra te dar.
(Morena dos olhos d'água)

Vai, alegria, que a vida, Maria
Não passa de um dia, não vou te prender
Corre, Maria, que a vida não espera
É uma primavera, não podes perder
Anda, Maria, pois eu só teria
A minha agonia pra te oferecer.
(Olha, Maria)

sábado, 14 de junho de 2008

French people and wild wind

(...)
- things happened, and there's no guilty
- that is the brazilian way, french people are not like that
- brazilian way = naive people, do you mean?
- u have a détachement in french
- not at all
- détachment?
- u are so ...
- what is it?
- how can i explain
- life, love is like that, don't panic, it's okay,
- do you think we trust a lot in the people, is that?
- no. an example: your boyfriend goes with another laydie
- brézilian people say: it's ok, it's life
- french people say: i gonna kill him
- hahahaha
- i know a song about that! Its exactly from a french singer, hahah
- another vision of life
- ha!
- I see... well, time to go bed
- ok miss blueberry pie, i wish u a good night
- and please stay like u are
- how? in the window? :P
- you are a fresh person
- oh, thanks...and you're so kind!
- nop, in the wind
- yeah, in the wind!
- wild wind!
- keep going with the wind...
- from the east to the west.

M A L V A D O S

Quer uma mulher que não mande em sua vida? Compre uma inflável.
Quer um casamento sem chifres? Case-se com uma feia.
Em busca da mulher perfeita? Procure entre as mudas e sairá na frente.
Dei minha vida por ela e o que ganhei em troca? Herpes genital!


E enquanto isso, na Loja Mundo Cão:

- Meeedo, olha o meeedo!

- E aí, vendendo bem?

- É, vendeu toda raiva do estoque.

- Isso quer dizer que amanhã você vai vender medo que nem água.

- Se houver amanhã.

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Flap, flap, flap

Isso é o que eu chamo de receber um e-mail inusitado:

HELICÓPTERO R44 ASTRO - Leilão
Horas Voadas: 1.140hs, horas disponíveis: 1.060hs, 2 GPS, fone Boze, manutenção impecável IAM - FIAM recém realizada, ano 1999.
VMV R$ 510.000,00

I prefer wings, babe.

Conclusão

"E sobre Gomperz agora Ernst não tinha dúvidas: filho-da-puta."

- Gonçalo M. Tavares, em Jerusalém -

Insônia pos mortem

Se insônia matasse, ninguém conseguiria fechar os olhos do de cujus, né?

E alguém diria: "morreu insôniando!"

(Aff, essa foi péééssima! Preciso mesmo dormir.)

=P

terça-feira, 10 de junho de 2008

Calendário: burocracia do tempo

Lembrei que li em algum lugar que o calendário é a burocracia do tempo.

Faz muito sentido. Aquilo lá não manda muito, não.
O tempo assume formas muito particulares pra cada um.

Mas sempre gostei muito (muito mesmo) de perder meu olhar por entre aqueles números enigmáticos, tentando adivinhar o que podem me trazer ou pra onde podem me levar.

Burocrata do pensamento?

: o

10/06/2008

"Não esquece de mim aí que eu não esqueço nem um segundo de você aqui."

E eu apaguei todo o post que escrevi. Não esqueci: desisti.

Percebem a diferença?

sábado, 7 de junho de 2008

Couchsurfing

Pra quem tem me cobrado as fotos de BH, deixo aqui o link do meu perfil no CS, onde postei todas pro pessoal que tava no Meeting poder pegar também: www.couchsurfing.com/{DRI}

Ah, em julho devo dar início à minha "carreira" como hostess, hospedando um amigo da Austrália (lembram do Ryley, pra quem até fiz um post em inglês?Pois é, ele vem! Cool!) e outro de Israel, o Gaal, que conheci lá em BH, que talvez venha em agosto. É que acho injusto a via de mão única só de guest, e como na conversa que tive por aqui não encontrei maiores resistências, ótimo!

Se eu fosse tu, me inscrevia também no CS.

Cultural interchange rulezzzz, babe! :D

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Eat, pray, love

"(...) Os sábios iogues dizem que a dor da vida humana é causada pelas palavras, assim como toda a alegria. Nós criamos palavras para definir nossa experiência e essas palavras trazem consigo emoções que nos sacodem como cães em uma coleira.
Nós somos seduzidos por nossos próprios mantras (Eu sou um fracasso... Estou só... Sou um fracasso... Estou só...), e nos transformamos em monumentos a esses mantras.
Passar algum tempo sem falar, portanto, é uma tentativa de se desvencilhar do poder das palavras, de parar de nos asfixiar com as palavras, de nos libertar de nossos mantras sufocantes."

Trecho de Elizabeth Gilbert, em "Comer, rezar, amar", um livro delicioso que acabei de ler, totalmente universal, sobre a difícil arte de assumir a responsabilidade por seu próprio contentamento (achei essa palavra muito mais apropriada que "felicidade", tão desgastada já, coitada).

Muito legal as curiosidades sobre a sociedade balinesa (eu digitei certo, é de Bali sim), como por exemplo: lá só existem 4 nomes com os quais a maioria da população batiza seus filhos, independente de o bebê ser menino ou menina: Wayan, Made, Nyoman e Ketut.
Traduzidos esses nomes significam simplesmente: Primeiro(a), Segundo(a), Terceiro(a) e Quarto(a). Se houver um quinto filho? Recomeça-se o ciclo dos nomes, de modo que ficaria algo assim: "Wayan do Segundo Poder", e assim por diante.
Pra diferenciar, geralmente é agregado alguma informação sobre a atividade profissional ou a forma física da pessoa: "Nyoman que aluga carros", "Made gordo" etc.
Uma coisa que achei bonita de saber foi sobre a cerimônia de bênção, o batizado dos bebês em Bali, que é realizado quando completam 6 meses e marca a primeira vez que tocam o solo na vida. Antes disso, os balineses não deixam seus filhos tocarem o chão porque os recém-nascidos são considerados deuses, tanto que, se morrem antes disso, faz-se uma cerimônia de cremação especial e as cinzas não são depositadas em um cemitério humano, porque aquele ser nunca foi humano: ele foi apenas um deus. Bonito, né?
Tem informações bacanas sobre os lugares pra onde a autora viaja (Itália, Índia e Indonésia), é uma leitura leve, gostosa e é muito bem escrito. Eu adorei.
No final, é como se fossêmos íntimos da Liz (Elizabeth).

Eu, Renata (Salame, a amiga queridíssima que me emprestou o livro dizendo ser a minha cara, rs) Julia (Roberts) e Hillary (Clinton) recomendamos! rsrs
[Esqueçam o preconceito contra bestsellers, bah. =P]

terça-feira, 3 de junho de 2008

Sobre sedução

É inerente à natureza humana, eu sei. Tem a ver com aceitação.
Alguns brincam com esse pretenso poder como um hobby, como para mantê-lo em forma, de maneira deliberadamente consciente.
Não gosto.
A forma instintiva é muito mais espontânea e naturalmente sedutora.
Quando se faz disso um jogo, com ações cuidadosamente pensadas, é tão chaaato.
Então me retiro, delicadamente.

P-left.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

My Blueberry Nights

Sinestesia. Imagens e diálogos muito bons. Ainda bem que, de novo, eu estava sozinha no cinema, rsrs. É que assim não preciso fingir gripe ou cisco. Ando emotiva demais e me pergunto se as sentimentalidades tendem a se tornar "visceralidades" com o tempo.
O tempo soa pra mim sempre como solução; então acabo de achar a verdadeira culpada por essa minha "flordapelice", e ela não combina nenhum pouco com o feriado prolongado que tive, com tanta gente bacana ao redor - na superfície.

Quotes time:

[about the forgotten keys in the bar]
Elizabeth: Why do you keep them? You should just throw them out.
Jeremy: No. No, I couldn't do that.
Elizabeth: Why not?
Jeremy: If I threw these keys away then those doors would be closed forever and that shouldn't be up to me to decide, should it?
Elizabeth: I guess I'm just looking for a reason.
Jeremy: From my observations, sometimes it's better off not knowing, and other times there's no reason to be found.
Elizabeth: Everything has a reason.
Jeremy: Hmm. It's like these pies and cakes. At the end of every night, the cheesecake and the apple pie are always completely gone. The peach cobbler and the chocolate mousse cake are nearly finished... but there's always a whole blueberry pie left untouched.
Elizabeth: So what's wrong with the blueberry pie?
Jeremy: There's nothing wrong with the blueberry pie. Just... people make other choices. You can't blame the blueberry pie, just... no one wants it.
Elizabeth: Wait! I want a piece.

Elizabeth: [wiping her tears] How do you say goodbye to someone you can't imagine living without? I didn't say goodbye.
[pause]
Elizabeth: I didn't say anything. I just walked away.

[last lines]
Elizabeth: It took me nearly a year to get here. It wasn't so hard to cross that street after all, it all depends on who's waiting for you on the other side.

Katya: Sometimes, even if you have the keys, those doors still can't be opened. Can they?
Jeremy: Even if the door is open, the person you're looking for may not be there, Katya.

Into the wild : deep into you

Society, man! You know, society! 'Cause, you know what I don't understand? I don't understand why people, why every fucking person is so bad to each other so fucking often.
It doesn't make sense to me. Judgment, control. All that, the whole spectrum. well, it just...
(Alexander Supertramp)

I love not man the less, but nature more.
(Lord Byron)
Poucos filmes conseguem ser tão densos. Ainda bem que eu estava sozinha no cinema porque realmente precisava de um tempo pra digerir aquela avalanche de emoções desabadas diretamente da tela sobre todas aquelas pessoas desavisadas ali sentadas. Então saí atônita e caminhei até a praça da Liberdade*, por entre rosas viçosas, perfumantes e sem crises existenciais. Somente lindas e descerebradas. Nem precisam chamar as coisas pelo seu verdadeiro nome, só representam. No máximo, um estandarte.

Catei por aqui algumas frases que queria reler, porque depois elas ficam transitando pela nossa mente como uma espécie de brain wall paper.

Ron Franz: When you forgive, you love. And when you love, God's light shines upon you.
[at that very moment, the clouds part, and sunlight falls upon them]

Christopher McCandless: Mr. Franz, I think careers are a 20th century invention and I don't want one.

Christopher McCandless: [written into book]: Happiness only real when shared.

Christopher McCandless: I'm supertramp.
[looks at the apple]
Christopher McCandless: and you're super apple!
Christopher McCandless: You are the apple of my eye.

Christopher McCandless: What if I were smiling and running into your arms? Would you see then what I see now?

Christopher McCandless: The sea's only gifts are harsh blows, and occasionally the chance to feel strong. Now I don't know much about the sea, but I do know that that's the way it is here. And I also know how important it is in life not necessarily to be strong but to feel strong. To measure yourself at least once. To find yourself at least once in the most ancient of human conditions. Facing the blind death stone alone, with nothing to help you but your hands and your own head.
* Sim, eu aproveitei o feriado que passei em BH pra assistir, pois sabe Deus quando isso chega nos cinemas de Belém. E quando chegar, talvez vá ver de novo - e eu nem sou do tipo que assiste mais de uma vez um filme, mas esse... ah... só vendo pra entender!