quarta-feira, 30 de abril de 2008

Flashes da floresta

Aqueles que acreditam, dizem que é do meu signo a minha dificuldade em escolher.
Quanto às grandes escolhas, nessas eu sou bem determinada (o que não significa disciplinada), mas quanto às pequenas - ordinárias, cotidianas - nessas eu sofro, como por ex., escolher as fotos pra postar aqui. Aí a saída foi fazer milhares de panoramas pra facilitar pro monstro-que-tudo-quer que habita em mim.
Aliás, já repararam que desde que aprendi a fazer isso viciei, né? É uma ótima solução pra esse drama, mas agora vai aqui uma overdose. =P
Então vou salpicar umas palavrinhas pelo meio pra tentar ficar menos over.
Foi mais ou menos assim:
  • Fui muito, mas muito bem recebida pela família da minha queridíssima Bia (obrigada, obrigada, obrigada, Biazita) - depois lembrei que não tirei nenhuma foto com eles, aff, imperdoável;
  • Vi os olhos das pessoas cheios de curiosidade ao perguntar das coisas de Belém, me olhando como se eu fosse uma autêntica representante de uma cidade grande, cheia de mistérios e coisas totalmente desconhecidas pra eles (depois de eu desfazer alguns equívocos sobre a minha nacionalidade);
  • Fui repreendida por tirar fotos das pessoas sem lá muita discrição (ok, Flo, you were right, i'll never do it anymore that way. Next time i'll try to hide my camera, just like you do, despite knowing the pic won't get so good);
  • Ouvi um monte de barulho de bicho diferente e continuei andando sem medo na mata;
  • Provei frutas que não conhecia, até aquelas que falaram ser só pra passarinhos;
  • Brigamos pra não ser extorquidos feito gringos - ok, extorquidos pode ser exagero, mas não gostamos de ver os preços aumentarem pelo simples fato de estarmos falando inglês;
  • Comi (e adorei) pirarucú fresco!
  • Ah, já ia esquecendo, nos deparamos com um "cruzeiro" gay, em Alter-do-Chão, tão inusitado quanto hilário!
  • Lá tomei a caipirinha mais forte da minha vida. Botei trocentas pedras de gelo e continuava forte, impressionante!
  • A dúvida mais cruel do dia era se passava primeiro o repelente e depois o bloqueador, ou vice-versa, tentando adivinhar se um anulava o efeito do outro. Depois era a Bia a achar que repelente austríaco não tem poder pra repelir os bem-nutridos mosquitos amazônicos; na dúvida, passamos o brasileiro velho de guerra, rsrs;
  • Vimos o encontro das águas do rio Amazonas com o rio Tapajós - acho eu;
  • Obviamente, tomei muito banho de rio e até hoje tinham pedacinhos de tronco pelos meus cabelos, assim como areia na cabeça do Flo, rsrs;
  • Passamos por entre vitórias-régias e pedi pra Bia fazer essas fotos abaixo, já que ela é a mestra do modo macro;
  • Tive a impressão de que o hino de Santarém é a música "beber, cair e levantar", que tentei traduzir pro nosso amigo, rsrs;
  • Vimos látex sendo extraído da árvore e vimos tarântula que conseguimos fotografar dentro de seu próprio tronco-lar;
  • Vimos macaco que não conseguimos fotografar e pegadas de onça que arrependi por não ter fotografado;
  • Zvi que tô zcom muito zono zZzagora...zZzzz...

terça-feira, 29 de abril de 2008

Floresta do Tapajós

Será que eu consigo postar video do meu arquivo pessoal?
Let me see...



A-rá, parece que deu certo! É um ótimo resuminho do meu fds. Prestem atenção nos barulhinhos da floresta. Ah, muito bom. A natureza é incrivelmente perfeita. Impossível não voltar recarregada e cheia de vida de um passeio assim. Se tudo der errado, eu viro bicho grilo - se bem que até pra isso é preciso vocação.
Hum... já até ouço a Bia fazendo: cri, cri, cri.
Saudades imensas. Bom demais.

The austrian boy in a few years

Any resemblance is a simple coincidence.
(cof, cof)

Marcas

Post que mais parece foto de site de dermatologia.
Mas é que tô achando lindo estar assim, toda marcada pelo meu fim-de-semana extravagante.
Queria escrever uma espécie de diário de bordo minimalista, porém (ah, porém) uma preguiça se misturou à minha leveza-que-eu-tô-adorando e não quero perder nenhuma das duas agora, portanto deixo só isso aqui pra quem não tiver nada melhor pra fazer e quiser gastar a imaginação tentando adivinhar o roteiro.
Ah, e por falar em marcas, tenho uma conversa muito engraçada que vou deixar aqui pra quem quiser ler. Foi verídico. =P

. diz: ontem foi o dia que eu mais me aproximei do q denominam "bêbada"
. diz: mas não fiquei: lembro de tudo!
. diz: se eu não lembrasse ia até estranhar um arranhão nas costas e ficaria muito preocupada, hahahaha
.. diz: eu fico bebado e lembro de tudo ora huauhauhaauh
.. diz: e a ressaca?
. diz: não, nem senti...mas o que é, afinal, uma ressaca? o q se sente?
.. diz:
nossa...uma dor de cabeça terrivel, a cabeca pesa 3 toneladas, qdo vc se move fica tonto...a boca fica seca e se bebe milhoes de litros de agua e uma vontade infinita de nunca mais beber na vida
. diz:
não, eu n senti nada disso
.. diz:
ah, vc eh uma das abençoadas por Baco... sorte tua
. diz:
só meu plano de ir pro Palafita hj tomar caipirinha é que foi cancelado
.. diz:
esse eh um dom raro e invejado por milhoes
.. diz:
pq?
. diz:
ah, sabe o q foi? (não vale rir)
.. diz:fala
diz: é que todo o estrago foi causado por 2 míseras caipirinhas!
.. diz:auhauhahuahuauhauhauhauhauhauhauh
. diz:
sabia!
.. diz:
pelo menos vc nao precisa gastar muito
.. diz:
uhahuauhahuauhauhaauh
. diz:
é que eu não tinha me alimentado direito, ontem nem almocei
.. diz:
sempre as desculpas, eheheheh
. diz: bateu uma liga fortíííssima, n tens noção!!
. diz:
eu nunca tinha sentido a terra rodar tanto
.. diz:
tenho sim,hahahahahaahahah
. diz:
ah, é, tem! hehehehe
. diz:
parecia que eu tava caindo de cabeça num tunel...
.. diz:
hahahahahahaahahahahahah bem-vinda
. diz:
depois de doida, ainda fui potencializar o efeito numa boate
. diz:gente, uma coisa!!
. diz: impressionante como aquelas luzes, aquilo tudo, multiplica o efeito
.. diz: caramba...e eu quietinho aqui em casa bebendo 51 e vendo documentarios...
. diz:
heheheh
. diz:
foi lá que alguém me arranhou com vontade nas costas, enquanto eu dançava
. diz:um arranhãozão
.. diz: eita...a boemia eh selvagem mesmo.
. diz: bizarro isso
.. diz:
que lindo
.. diz:
as marcas da noite. a noite morde e arranha.
.. diz:
isso eh belo
.. diz:ahahahahahahah
. diz:
é, mas preferia q fosse arranhão de ooooutra coisa
. diz:
assim, fica parecendo aquela desculpa de q furou o pneu, tende?
.. diz:hahahaahahahah acontece.

E quem acreditaria?!?

sexta-feira, 25 de abril de 2008

- - - roadtherapy - - - estradoterapia - - - -

Funciona assim: vc arranja pessoas mais que queridas e bacanas, põe no carro, dirige, dirige, dirige; canta, canta, canta; fala, fala, fala; ri, ri e ri - tudo com a desculpa de levar pra conhecer umas cidades próximas.

Também vale ir bem no meio da semana, a trabalho e sozinho mesmo, só aproveitando a sensação de liberdade, ouvindo os sons que considera os mais cantantes e viciantes e vai, meu fio. Faz bem pra qualquer um, eu adoro.

E agora chegou o momento ideal de colocar aqui uma amostra grátis da playlist que funciona super bem pra mim:

# Pra acelerar:
[- impossible to hear without shaking -]

  • Pretty fly (for a white guy) – The Offspring
  • Psycho killer [Talking Heads Cover] – Velvet Revolver
  • God save the queen - Sex Pistols
  • Seven Nation Army - The White Stripes
  • I used to love her (but i had to kill her) - Guns'n'Roses (Isso é muito romântico, adoro! Rs)
  • I bet you look good on the dancefloor – Artic Monkeys (ya, you can bet, babe)
  • Molly’s Chambers – Kings of Leon
  • Juicebox – The Strokes, berrando o refrão até aparecer as veias: “why won't you come over here? We 've got the city to love!”
  • Buddy Holly – Weezer
  • Alright - Supergrass
  • Breathe - Prodigy (Breathe the pressure, come play my game I'll test ya.Psycho,-somatic addict, insane. Come play my game. Inhale, inhale, you are the victim.)
  • She’s fantastic – Sondre Lerche
  • I wanna be sedated - The Ramones ( Hurry,hurry,hurry before i go insane. I can't control my fingers, i can't control my brain, oh no, oh no, oh no)
  • Killing in the name of - Rage agains the machine
  • Kiss - Prince (mas só vale se fizer os beijinhos)
  • Do you want to? - Franz Ferdinand (qualquer dia eu acordo e canto isso pro primeiro cara bonitinho de All Star que encontrar na rua: "When I woke up tonight I said I'm gonna make somebody love me, I'm gonna make somebody love me, and now I know, now I know, now I knowI know that it's you: You're lucky, lucky, You're so lucky!" Seria hilário!)
  • Bump - Spank Rock (uma batidazinha funk irresistível)
  • Music - Madonna (Hey Mr. DJ put a record on, I wanna dance with my babe)
# Hora de lembrar de abrir os vidros e sentir o vento:
[- to hear feeling the breeze -]
  • Surfing USA - The Beach Boys
  • Mr. Postman - The Beatles
  • You know i´m no good - Amy Winehouse (I cry for you on the kitchen floor - muito trash, rsrs)
  • Such Great Heights - The Postal Service ( but everything looks perfect from far away, "come down now" but we'll stay...)
  • Save me - Aimee Mann (pq eu adoro a sonoridade disso: "for the ranks of the freaks who suspect they could never love anyone")
  • Acende o farol - Bangalafumenga
  • Dona da banca - Monobloco (sim, eu venci o preconceito de ser música de abertura de série de tv)
  • Caio no swing – Pedro Luiz e a Parede (pq eu não resisto à essa batida de tambor-quero-ser-rap)
  • 16 toneladas - Funk como le gusta (Esse balanço tira qualquer um da fossa)
  • Devagar com a louça - Orquestra Imperial ( Dê o fora dessa louca, peça logo o seu boné. Você vai ficar de touca, quem avisa amigo é...)
  • Zamba - Parafusa (essa letra é uma obra-prima, rs)
  • Saborosa - Mombojó (na verdade, poderia ser qualquer uma deles)
  • Por que que a gente é assim? – Cazuza (eu ainda quero cantar isso pra alguém um dia: " Você tem exatamente três mil horas pra parar de me beijar. Hum, meu bem, você tem tudo, tudo pra me conquistar. Mas você tem apenas um segundo, um segundo pra aprender a me amar. Você tem a vida inteira, baby, a vida inteira pra me devorar!" Cazuza rulezzz!)
  • The curse of being in love - Sondre Lerche
  • Say it all – Sondre Lerche
  • Miss you – Rolling Stones ( Oooh oooh oooh oooh oooh oooh oooh Oooh oooh oooh oooh oooh oooh oooh Oooh oooh oooh)
  • Politik Kills - Mano Chao (é do último cd dele. Genial!)
  • Rios, pontes e overdrives - Orquestra manguefônica!
  • Heroes – David Bowie (I will be king. And you-you will be queen. Though nothing will drive them away. We can be heroes for just one day...)
  • Heart of glass - Blondie (uuuh, ooh)
  • Freak me out - Weezer ( Man, you really freak me out, I'm so afraid of you and when i lose my cool, I don't know what to do...)
  • Semáforo - Vanguart (todos os meus amigos querem... morreeeeer)
  • Amigo Punk - Graforréia Xilarmônica (uma delícia de gauchês!)
  • Don’t panic - Coldplay (we live in a beautiful world...yeah we do, yeah we do)
  • A well respected man - The Kinks ( And he's oh, so good, and he's oh, so fine, and he's oh, so healthy in his body and his mind.)
  • Now that I miss her – Elefant (é muito perfeita: "When I first saw her, I knew that I loved her. When I said goodbye, I knew that I lost her. Now that I miss her, I wish I could kiss her, and tell her c'mon girl, you know that I need you")
  • Um trem pras estrelas – versão mixada de Cazuza e Gilberto Gil
  • A história de Lily Braun - Chico Buarque (visualizem isso: "...os seus olhos me chuparam feito um zoom. Ele me comia com aqueles olhos de comer fotografia eu disse 'cheese' e de close em close fui perdendo a pose até sorrir, feliz." Ah, Chico é simplesmente tudo!)

# Da série “eu queria que cantassem pra mim”:
[- songs i´d like someone, someday, somewhere, sing to me -]

  • Meu esquema - Mundo Livre SA (deve ser lindo ouvir que se é o concerto de rock’n’roll de alguém, rsrs)
  • I´m your man – Leonard Cohen (perfeita demais: If you want a lover, I'll do anything you ask me to. And if you want another kind of love, I'll wear a mask for you)
  • Night and day – Ella Fitzgerald, mas a versão do Sondre Lerche também é lindinha!
  • Intimidade (sou seu) – Adriana Calcanhoto (amo a voz dessa mulher!)
  • Anyone else but you - Michael Cera & Ellen Page (Juno's soundtrack is so cute!)
  • Be my babe - The Ronettes (for every kiss you give me I'll give you three)
  • Into your arms - Lemonheads (I know a place where i can go...)
  • Pedido de casamento - Arnaldo Antunes (Eu sei que eu ia te fazer feliz dos pés até a ponta do nariz, da beira da orelha ao fim do mundo, sugando o sangue de cada segundo ... Te dou amor enquanto eu te amar, prometo te deixar quando acabar)
  • As coisas tão mais lindas - Nando Reis (E as coisas lindas são mais lindas quando você está, onde você está, hoje você está nas coisas tão mais lindas...)
  • O mistério do fundo do olho - Lula Queiroga (Um diamante boiando na piscina, essa menina)
  • Love me tender (hahahahaha)
Affe, música é assunto demais pra mim, se eu me der corda fico aqui a vida inteira falando do que eu gosto. Isso já é um panorama geral, e nem vou reler porque vou lembrar de outras que deveriam constar e vou querer editar milhares de vezes esse post.

Melhor eu ir mesmo.
Vrrrrummmm.

sábado, 19 de abril de 2008

Será que é mesmo apenas UMA vez?

Bem no meio da correria do meu dia, num intervalo pra desacelerar, fico tristíssima por ter saído de cartaz o vencedor do Oscar (No country for old men) e o Caçador de Pipas. Entretanto, me deparo com esta pérola:

"I don't know you
But I want you
All the more for that (...)"

(“Falling Slowly”
Escrita por Glen Hansard / Markéta Irglová
Interpretada por Glen Hansard / Markéta Irglová)


Aí já era. E no início eu achei muito duvidosa a interpretação dos atores e aquele ritmo meio lento... sei não. Mas eis que a cena da loja de piano com esses versos me ganhou. Então a minha quedinha por contos de fada urbanos falou mais alto. Sim, eu gostei disso aqui:

Essa coisa do "teria sido" e do "se" atiça a imaginação de qualquer ser.
E o "quase" também tem o seu frissonzinho.
Tudo que potencialmente guarda grandes possibilidades é atraente, né não?

terça-feira, 15 de abril de 2008

Climb the mountain

É bom sim ter uma visão macro. Ajuda a se proteger. Quanto mais subimos, mais as coisas diminuem, inclusive a dor.

(fotos by Ryley)

Pílulas

Dri diz: então, o resto é Vinicius... sempre ele
Nihil diz: blé pra ele, da proxima vez vais conhecer um genio chamado trent reznor
Dri diz: e se eu não achá-lo tão genial assim, eu vou poder dizer?
Nihil diz: no CEM soh nao eh permitido falar mal de Pink Floyd
Dri diz:ahhhhhhhhhhhhhhhhhhh
Nihil diz:mas eu te perdôo. vc nao sabia
Dri diz:mas era a minha próxima fala!
Dri diz:eu ia dizer: "por exemplo, eu acho Pink Floyd muuuuito chato com aqueles solos infinitos"
Nihil diz: nao repita isso, nao pra mim
Dri diz: tá, faz de conta que eu não disse: "eu ia dizer"... (já sabes mesmo)

Dri diz:
ah, será que isso aqui vai ser bom:
Blacksfera
Hoje, na Praça do Carmo, projeto Blacksfera com DJs residentes e os convidados Alma Livre Sound System, Proefx e Guamat_pa, além de Max do Vinil e Cineclubismo com o Coletivo Aparelho. A partir das 19h

Dri diz:?
Nihil diz: parece uma merda
Dri diz: adoro opiniões sinceras.. são as únicas que me interessam
Dri diz: fiquei com vontade de tomar um pseudosorvete
Nihil diz:
sorvete cairia bem, mas nao posso
Dri diz:
isso não é um convite, seu besta! hahahahaahah
Nihil diz:
olha a menina esperta usando a espada contra o espadachim...
Nihil diz:
ponto pra ti
Dri diz: woohoo, touché!

-x-x-x-

Nihil diz: então este ausente é porque vc está... Ausente
Nihil diz: estranho...
Nihil diz: hm... acabei de mandar um e-mail pra mim e chegou... estou com medo de ler, não sei o que tenho a dizer pra mim mesmo
Nihil diz: bem, eu já vou
Nihil diz: alguns beijos
Nihil diz: adeus
Dri diz: Cheguei!
Dri diz: (meu atual profile foi inspirado na tua esquizofrenia, heuheuheu)
Dri diz: tá, da próxima manda o e-mail pra mim então que eu não vou ter medo de ler, posso no máximo ir me encolhendo na cadeira
Dri diz: beijo, beijo, beijo

-x-x-x-

Porque eu ri muito revirando meu baú de pérolas-pílulas e sinto saudade desse amigo queridíssimo no meu msn, dessimõestro sem conexão há mais de mês!

Talvez porque eu também sinta falta de pessoas mais visceralmente verdadeiras.

É, eu sinto sim.

[silêncio]

segunda-feira, 14 de abril de 2008

About prejudices and why it´s so 'heart' to be me!

- Só porque hoje eu aprendi a fazer isso daí! Okay, prometo que as próximas serão menos toscas. -

Pensando seriamente em quebrar a sequência de não-acontecimentos de roteiro de novela das seis que não emplacou, falei pra uma amiga sobre o plano: me detonou. Não vejo nada demais. Não entendo porque alguns não me entendem. Adoro a minha versão mais livre das amarras do pensamento alheio. Eu quero? Eu posso? Então eu faço. Sim, eu farei porque hoje vi que eu quero - o problema é que às vezes eu discuto muito com o meu querer, aí ele precisa gritar comigo.

-x- -x- -x-
Depois de ser criticada pela minha vontade, fiquei cá conversando com meus (botões) redondinhos: será que existe alguém totalmente livre de preconceitos?
Acho muito difícil. É uma coisa contra a qual luto muito quando me percebo tendo, mas, infelizmente, a gente até descobre uns novos.
O último que eu descobri foi quando me peguei comentando com uma amiga que homens que namoram mulheres muito mais gordas costumam ser uns abestados/panacas. Daí começamos a citar exemplos que, supostamente, comprovavam nossa "tese".
O elaborador de qualquer que seja a teoria sempre vai conseguir um exemplo que a corrobore, por mais absurdo que seja. Depois pensei que podíamos ter concluído isso pelo fato de termos plantada em nossas mentes, desde pequenininhos, aquela figura padrão de família, onde o homem é o mais alto e o mais forte, ou por considerarmos panaquice o fato do cara ir contra todos os parâmetros de beleza, e então já leva o carimbo na testa com um simples olhar: TUM!
Obviamente que, homem submisso (vulgo leso, panaca, abestado) vai sempre existir, independente de estar acompanhado de uma mulher mais, ou menos "corpulenta" - talvez no primeiro caso se sinta mais intimidado a levar um "coque" respeitável no centro da cabeça se fizer besteira, hahahaha...eu não resisto, eu não resisto.
Os outros que eu assumidamente tenho são contra quem me aborda ixcrevendu num portuguêis ki eu quaze num reconhesso; contra quem pede atenção no msn (acho muito pouco delicado fazer chacoalhar aquele bonequinho); e contra quem usa anel de formatura diariamente, por simplesmente ter a capacidade de imaginar que está sendo cool, ou achando que vai impressionar alguém, o que é ainda pior por subestimar o alvo.
Agora o inverso: coisas que, ao invés de ser um ponto contra, me causam empatia à primeira vista, o que podemos chamar de um "bom pré-conceito" (o avesso do sentido usual da palavra): sentir um perfumezinho agradável; pessoas que abraçam sinceramente; sorriso largo; e All Star - apesar de eu mesma não ter nenhum.
E porque comecei a falar no assunto, cito outros menos óbvios que não são meus, mas que existem voando por aí: cristãos contra ateus [já o inverso acho mais difícil, pois os ateus são pessoas esclarecidas demais pra agir com preconceito contra quem ainda não encontrou a luz, rsrs]; evangélicos contra evangélicos [porque essas igrejas acabaram virando uma espécie de time de futebol com torcedores fanáticos, cada um achando que a sua igreja salva mais que a outra]; mulheres solteiras contra mulheres mães que só falam dos filhos [tente focar a conversa nela, se não funcionar desvie para a liberação da venda de celulares aos cubanos].
Ai, já chega.
Eu podia terminar todos os posts com a frase: 'preciso dormir', porém ficaria repetitivo demais e acho que também tenho um certo preconceito contra pessoas repetitivas, rsrs.

sábado, 12 de abril de 2008

Confissões de adolescente

Manhã de sábado. Vestido florido, oclão escuro na cara, trajeto de somente 2 músicas: Veneza, A Euterpia; Menina bonita, Pedro Luiz e a Parede.
As pessoas riem antes de serem lembradas da volatilidade da vida. Espanto. Segue-se. Outras pessoas queridas. Algumas me são gratas. Eu nem mereço e fico orgulhosa por elas. Muito. Outra me interpreta mal. Quase me chateio. Quase xingo. Não, não perco tempo. Dormir. Preciso. Corpo pede. Desconfio das 3 horas de pseudo-sono em que sonhava que não conseguia dormir. Estou confusa. Dormi ou foi a angústia de ordenar o corpo? Ainda não sei. Só estou certa de que não me tem obedecido. Caio junto com a noite. Calo. Introspecção. Não-perspectiva. Obrig-ação.
Dias que começam com toda essa trilha-e-figurino mereciam um pouquinho mais. Nem que fosse um smszinho bonitinho, inesperado - tá vendo como eu sou simplória?
O celular me olha inerte. Conclusão: ninguém me curte, rsrs.

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Zaratrust-me

Porque lembrei que larguei Zaratustra sem terminar, fui bisbilhotar o que havia marcado da metade lida. Esse trecho vale a pena também pelas lindas imagens:

"Solitário, tu segues o caminho que te conduz a ti mesmo! E o teu caminho passa por ti diante de ti e dos teus sete demônios. Serás herege para ti mesmo, serás feiticeiro, adivinho doido, incrédulo, ímpio e malvado.
É mister que queira consumir-te na tua própria chama. Como quererias renovar-te sem primeiro te reduzires a cinzas?
Solitário, tu segues o caminho do criador: queres tirar um deus dos teus sete demônios!"

Esse outro trecho é de um sarcasmo que eu a-do-ro, podia estar numa fala de South Park:

"A vida é uma fonte de alegria, mas, onde quer que a canalha vá beber, todas as fontes estão envenenadas."

A outra metade do livro eu termino depois que conseguir ao menos começar a trabalhar na minha lista adulta de prioridades. Quando será que a criatura aqui vai conseguir ter disciplina em troca de maior liberdade? O problema é que eu só quero o bônus; o ônus é chato demais. Bestinha, não?
Enquanto isso, a minha liberdade segue pobrinha, mas limpinha. E agora preciso desenhar a planta da minha casa pra explicá-la na próxima aula de espanhol, rsrs.
(Tem jeito, Freud?)

É uma dor que não esconde o seu papel

Jaz em minha frente uma (in)correspondência. Traz o teu nome. No mínimo esdrúxulo ver o teu nome completo com o meu endereço logo abaixo. Então a seguradora descobriu que ainda moras aqui. Devem me cobrar mais caro por tão privilegiada informação.
Não, não, você "se mudou".
Mudou e "se mudou" - embora eu não entenda porque às vezes quer me convencer que não, com tentativas fraquinhas e confusamente mal-elaboradas, como quem deixa escapar segredos-matéria-prima de esperança de tudo se ajeitar.
Eu sei, sinceramente, que não fazes por mal.
É a memória impressa na alma.
Lembra daquela t-shirt da feira hype, a da bonequinha típica de banheiro chutando o balde? Pois é, nunca me caiu tão bem.
E a minha mania de pensar e, logo em seguida repensar de outra forma, agravou.
Igualzinho como na música: "Babe, te amo, nem sei se te amo."


- onomatopéia ao fundo: reck, reck -
- imagem ao fundo: pequena chuva de papel picado -

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Torn-ozzz-elo

O elo insubordinado da minha tornozeleira rompeu - de novo.
E, de novo, eu fiquei com aquela sensação de que ela ainda tava ali, se movendo junto comigo. É a mesma sensação de quando se tira os óculos ou qualquer coisa que ficou grudada em você algum tempo.
(Qualquer coisa. Qualquer tempo.)
Tornozeleira tonta, vai voltar pro lugar de onde não devia ter caído, sim.

Quanto tempo deveria ter me ornado pra que eu não sentisse sua ausência?

Ah, a culpa é sempre dos elos.

- essa areinha nos dedos me deixou com mais saudade do mar -

terça-feira, 8 de abril de 2008

O que se pode prometer e teorias de não-paixão

Pode-se prometer atos, mas não sentimentos, pois estes são involuntários.
Quem promete a alguém amá-lo sempre, ou sempre odiá-lo ou ser-lhe sempre fiel, promete algo que não está em seu poder; mas ele pode prometer aqueles atos que normalmente são consequência do amor, do ódio, da fidelidade, mas também podem nascer de outros motivos: pois caminhos e motivos diversos conduzem a um ato.
A promessa de sempre amar alguém significa, portanto: enquanto eu te amar, demonstrarei com atos o meu amor; se eu não mais te amar, continuarei praticando esses mesmos atos, ainda que por outros motivos: de modo que na cabeça de nossos semelhantes permanece a ilusão de que o amor é imutável e sempre o mesmo. - Portanto, prometemos a continuidade da aparência do amor quando, sem cegar a nós mesmos, juramos a alguém amor eterno.

Esse trecho foi o que me fez comprar Humano, demasiado humano, mesmo sob acusações de que eu não era Nietzsche, e sim Vinicius; não era rock industrial, mas bossa nova. Eu até achei bonitinho, mas ninguém é uma coisa só. Rotular é limitar demais, é pré-conceituar. O bom é transitar pelas mais diversas correntes, explorar vários caminhos e idéias sem perder a essência, mas poder transformá-la/melhorá-la conforme sua dinâmica pessoal de vida. A doçura pode ser transgressora sem deixar de ser doce.

Tenho fascínio pelo poder revolucionário de uma mente aberta pra enxergar a mesma situação por diversos ângulos. E cada vez que se desenvolve isso, mais se distancia das convenções. É um fiozinho de lã que se pode puxar longe, mas não quero me estender.

Lembro agora de uma parte do documentariozinho-febre-mundial que assisti What the Bleep do We Know? (Quem somos nós?), que, apesar das interpretações sofríveis, da picaretagem e das críticas, achei interessante o que alguém disse por lá (em meio a toda aquela pseudo-física-quântica e comentaristas dignos do texto: "Ligue jhá!") sobre a paixão ser um vício em determinada sensação que alguém nos provoca. Você não é apaixonado por aquele ser em especial, mas viciado na sensação que ele te causa. Sim, parece indissociável à primeira vista, mas se tentarmos separar uma coisa da outra, fica até interessante - se estiver apaixonado agora, nem adianta ler, pois isenção e discernimento são coisas que passam bem ao largo da paixão: do grego pathos, passividade do sujeito, experiência infligida, sofrida, dominadora, irracional – por oposição a logos ou phronesis, que significam pensamento lúcido e conduta esclarecida.
Então, em sendo a paixão um estar viciado na sensação que determinada pessoa provoca, conseguiríamos desenvolver técnicas para cortar essa "liga"?
Eu tenho uma, mas que ainda está em fase de testes, rs. Tem vezes que acho que funciona, em outras acabo desistindo de sua aplicação e me entrego àquele sorriso bobo, momentâneo.
É a teoria da banalização.
Como se deduz facilmente, consiste em tentar tornar a criaturinha simplesmente a mais banal das criaturas, como aquelas outras tantas que existem no seu msn (criaturinha extra/ordinária que, por uma racionalidade qualquer, impele o seu não-querer lançar-se nesse precipício deliciosamente infernal).

Uma espécie de vacina contra o encantamento; um berrar pro seu senso crítico não dormir bem na hora errada (na hora da fisgada); um estado de alerta constante da consciência, pra que não se permita alterá-la (sim, porque afinal paixão é um estado alterado de consciência).
Ao menos tenta-se combater uma sensação com outra: a de se estar no controle, o que já é uma mãozinha. Ou não - nos estágios irracionais abissais.

Falando assim, parece até que sou uma daquelas mulheres amargas, atordoada pelas desilusões amorosas da vida, mas pode apostar que não sou. Longe disso (apesar de ter nome de protagonista de novela mexicana: Erica Adriana!). Só acho o tema interessante pra tentar se analisar friamente: como cortar esse barato que pode custar caro? Credo do trocadilho infame, hehehe

Aff, o post já tá imenso e eu nem queria que fosse assim. Sei que vão pensar que eu mal consigo controlar o tamanho de um post, imagina o resto! :P

Quem tiver mais teorias, por favor, não se faça de rogado, nem seja tão egoísta. É feio.
Não custa esclarecer: não que eu esteja precisando, é pura paixão - pelo debate.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

The promised post to Ryley

Ryley is a very cool Australian guy who comes to Brazil in June and that´s why is learning Portuguese, because he wants to interact with the people and Brazilian culture as much as he can (no jokes, plz). That´s a nice vision for a 22 years old boy ("Old boy"! Did you see? It´s great!).

So, I've tried to help him with his Portuguese lessons, but I think I failed trying to explain a question he did. First he noted that we, brazilians, use so much "que". Then asked me to translate "that was great" to Portuguese, which I translated as: “Isso foi ótimo”. Immediately he said: “but there is no 'que' in there, Erica! Haha…I know it´s not that simple”.

Of course not! Ry, the “que” gone with the translation wind. So complicated to explain things like that in a simple and direct form, but I'll try to do something for you right now:

que

1 (with subordinate clause, often does not translate) that
2 (consecutive often does not translate) that
3 (comparisons) (v) than that
→ more, less, even pron
1 (thing) which, that, (+ prep) which
2 (person) who, that (supplement) whom, that
3 (interrogative) what?
4 (exclamation) what!

I was thinking here that, in our case, the phrase is a kind of exclamation clause (in spite of we haven't use the 'what'), you know that every rule has its exception. I´m not sure if i am right, but hope it can help you to make it clear in your mind. I´m remembering you saying: “i've learnt a lot of phrases. It's a pity Brazilians don't just speak in phrases! I've been watching some Brazilian documentaries, and I can't understand a single word.”

Be patient, honey. I know you´ll get it. :)

PS.: Unfortunately our difference in time does not contribute to talk more, but my insomnia does.

PS2.: Hey, maybe i could tell you the translation was "que ótimo!". Much more simple, hahaha

PS3.: You have to help me improve my English too. Correct me always, please.

PS4: If someone thinks can help us being clearer, please do it in the comments. :)

sábado, 5 de abril de 2008

Yo-u

Notaram que se o "u" fosse o Thor das letras e pudesse eliminar o hífen a marteladas, "eu" viraria "você"?
Hífen: do Lat. hyphen <>hyph'en
s. m.,
traço de união;

sinal de separação de elementos de um composto de sílabas em fim de linha e de ligações apoclíticas, mesoclíticas e proclíticas.
Um troço de traço que, ao mesmo tempo que une, separa.

Essas paradoxalidades ao mesmo tempo que me cansam, me distraem.

The cosmonaut, the silver lily and the small coconut

Era uma vez um cosmonauta entediadíssimo que vagava pesadamente por espaços inóspitos. Certa vez, deparou-se com um lírio cor de prata, de pétalas aveludadas que exalavam frescor e um intenso reflexo do brilho da lua.
Impressionado por tanta luz - e também por cansaço, - pôs-se à sua frente e ficou ali um tempo, admirando aquele brilho, tentando esquecer por um instante a inevitável volta pro vazio da solidão do espaço, quando, de súbito, veio uma vontade irresistível de beijá-lo.
Fechou os olhos - era muito brilho, - aproximou-se lentamente e, smuack, beijou.

Aquele beijo acendeu as constelações encobertas de nuvens por todos os planetas da galáxia; o pensamento anestesiou como se tivesse comido a flor do jambu*, e, então, o cosmonauta virou uma bela abóbora, ou melhor, uma bela pupunha** brilhante. Prateada.

[Eu bem que podia acabar aí, mas hoje eu não tô minimalista, então continuo.]

O lírio, por sua vez, atraído por tanto brilho, engoliu a pupunha, com o caroço (que mais parece um coquinho que dizem provocar esquecimento) e tudo.
Hoje o lírio não lembra mais de nada (que um dia houve um cosmonauta, que ganhou beijo estelar, que anestesiou dores, que virou pupunha), nem de seu brilho.

*Nome de uma planta alimentícia da Ásia e da América, com propriedades antiescorbúticas, também conhecida por agrião-do-pará (eu não sabia dessa história de agrião-do-pará. Talvez fosse mais adequado "rúcula-do-pará", é que agora não consigo lembrar como é uma folha de agrião. :P) .

** É o fruto da pupunheira, uma planta de porte magnífico a qual pode crescer até 20 m. É muito conhecida pelas populações nativas da América Central até a Floresta Amazônica, sendo há séculos utilizada na sua alimentação. Os frutos são freqüentemente consumidos depois de cozidos em água e sal. A casca pode ser vermelha, amarela ou laranja, quando o fruto está amadurecido, de acordo com a variedade plantada dessa palmeira, que é também cultivada para a produção de palmito. Ah, importantíssimo: com mel fica muito melhor!

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Formigas que lêem Ni

71. A esperança - Pandora trouxe o vaso* que continha os males e o abriu. Era o presente dos deuses aos homens, exteriormente um presente belo e sedutor, denominado "vaso da felicidade". E todos os males, seres vivos alados, escaparam voando: desde então vagueiam e prejudicam os homens dia e noite. Um único mal ainda não saíra do recipiente; então, seguindo a vontade de Zeus, Pandora repôs a tampa, e ele permaneceu dentro. O homem tem agora para sempre o vaso da felicidade, e pensa maravilhas do tesouro que nele possui; este se acha à sua disposição: ele o abre quando quer, pois não sabe que Pandora lhe trouxe o recipiente dos males, e para ele o mal que restou é o maior dos bens - é a esperança. - Zeus quis que os homens, por mais torturados que fossem pelos outros males, não rejeitassem a vida, mas continuassem a se deixar torturar. Para isso lhes deu a esperança: ela é na verdade o pior dos males, pois prolonga o suplício dos homens.

(Friedrich Nietzsche, em "Humano, demasiado humano", um dos meus livros permanentes de cabeceira - direto da prateleira choque de realidade.)

Concordo com cada vírgula e talvez por isso tenha gostado tanto de One is the loneliest number, cantado por Aimee Mann, e escute sem cansar. A esperança f*de completamente com a vida do ser humano.
Só mesmo em alemão que a partícula wohl - que equivale a talvez e, naturalmente, denota incerteza ou possibilidade - pode ÀS VEZES, realçar uma afirmação.
Tá vendo? Complicado igual, não tem jeito.
Um ordinário esse Zeus! Odeio.
Pandora era só uma cabeça-oca.

*O termo grego em original é pithos, que corresponde a "vaso, recipiente, jarro."
(Cultura inútil? Oh, yeah!)

terça-feira, 1 de abril de 2008

Strangely happy


Felicidade, bom humor, euforia, bem-estar precisam ter motivo, é?
Sorry, but i don´t. Deve ser o efeito de abril que o Vinicius fala numa musiquinha que eu adoro: "as cores de abril não querem saber de dor". Nem sei o que fazer com tanta vivacidade pulsando aqui dentro, aff.
(Deve ser o que muita gente busca, e quando acha, até se perde.)
[Não, eu não usei nenhuma droga, não me apaixonei por ninguém e nem recebi aumento.]

Oranges and zombie girl

Vagando pela insônia noite adentro, a menina-zumbi resolve resgatar lá de cima da estante um livro de Neide Archanjo. Segue direto pra preferida:

"Inusitada noite
em que estar contigo
é como roubar laranjas no quintal da infância.

O imenso passa sobre nós.

(Se acabasse aí, já estaria perfeito, mas ela - Neide - continua:)

E não adormeço em teus jardins
onde uma lua púrpura no céu navega.

Ah, quem seria capaz de adiar o coração
se vida e morte nos espreitam?"

Acontece que essa história de vida-e-morte é complicada demais pra uma menina-zumbi.