sexta-feira, 6 de junho de 2008

Eat, pray, love

"(...) Os sábios iogues dizem que a dor da vida humana é causada pelas palavras, assim como toda a alegria. Nós criamos palavras para definir nossa experiência e essas palavras trazem consigo emoções que nos sacodem como cães em uma coleira.
Nós somos seduzidos por nossos próprios mantras (Eu sou um fracasso... Estou só... Sou um fracasso... Estou só...), e nos transformamos em monumentos a esses mantras.
Passar algum tempo sem falar, portanto, é uma tentativa de se desvencilhar do poder das palavras, de parar de nos asfixiar com as palavras, de nos libertar de nossos mantras sufocantes."

Trecho de Elizabeth Gilbert, em "Comer, rezar, amar", um livro delicioso que acabei de ler, totalmente universal, sobre a difícil arte de assumir a responsabilidade por seu próprio contentamento (achei essa palavra muito mais apropriada que "felicidade", tão desgastada já, coitada).

Muito legal as curiosidades sobre a sociedade balinesa (eu digitei certo, é de Bali sim), como por exemplo: lá só existem 4 nomes com os quais a maioria da população batiza seus filhos, independente de o bebê ser menino ou menina: Wayan, Made, Nyoman e Ketut.
Traduzidos esses nomes significam simplesmente: Primeiro(a), Segundo(a), Terceiro(a) e Quarto(a). Se houver um quinto filho? Recomeça-se o ciclo dos nomes, de modo que ficaria algo assim: "Wayan do Segundo Poder", e assim por diante.
Pra diferenciar, geralmente é agregado alguma informação sobre a atividade profissional ou a forma física da pessoa: "Nyoman que aluga carros", "Made gordo" etc.
Uma coisa que achei bonita de saber foi sobre a cerimônia de bênção, o batizado dos bebês em Bali, que é realizado quando completam 6 meses e marca a primeira vez que tocam o solo na vida. Antes disso, os balineses não deixam seus filhos tocarem o chão porque os recém-nascidos são considerados deuses, tanto que, se morrem antes disso, faz-se uma cerimônia de cremação especial e as cinzas não são depositadas em um cemitério humano, porque aquele ser nunca foi humano: ele foi apenas um deus. Bonito, né?
Tem informações bacanas sobre os lugares pra onde a autora viaja (Itália, Índia e Indonésia), é uma leitura leve, gostosa e é muito bem escrito. Eu adorei.
No final, é como se fossêmos íntimos da Liz (Elizabeth).

Eu, Renata (Salame, a amiga queridíssima que me emprestou o livro dizendo ser a minha cara, rs) Julia (Roberts) e Hillary (Clinton) recomendamos! rsrs
[Esqueçam o preconceito contra bestsellers, bah. =P]

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