segunda-feira, 31 de março de 2008

Imagin-ação

O ato de imaginar comumente é retratado com o fechar apertado dos olhos, mas, se fosse assim, ninguém imaginaria mais nada enquanto dirigisse e os meus clips ambulantes não existiriam - sim, porque imaginar é existir de outra forma (haveria lei de trânsito e placas na estrada: "Ao dirigir, não imagine", então, minha produção estaria seriamente comprometida com o acúmulo de multas originadas pelo imaginômetro).
As cenas que passam aleatoriamente e se misturam ao fundo musical do carro são de uma espontaneidade impressionante.
O casal que se abraça na parada de ônibus como se fosse a última vez, a frase lida, o cheiro da chuva, o vento no rosto e a nostalgia característica dos domingos: todos atores irretocáveis.
Estágios de pré-paixão; epifanias.
E as convenções/convicções se quebram irreversivelmente pelo caminho.

Um comentário:

Anônimo disse...

"A imaginação é a janela da alma".
Lembra que te falei isso? Alguém te falou isso sem ter lido o que escreveste.