domingo, 16 de março de 2008

In(con)venções

Se eu tivesse aquele giz que foi dado à Princesa Moanna, do Labirinto do Fauno, eu desenharia uma porta pra um mundo onde as pessoas não precisassem das palavras pra se comunicar.
Logo eu que gosto tanto delas. Entretanto, seria uma espécie de comunicação wireless, levando-se em conta que a palavra é sempre o fio condutor das idéias.
A comunicação seria exercida por meio de blocos mentais de pensamentos e então, adivinhem?
Ninguém ia ter muita chance de dissimular-se e aquelas situações semi-embaraçosas sobre o que fazer quando encontramos um recém-conhecido seriam amenizadas.
As pessoas se olhariam e ploft, estaria tudo ali! Reconheceriam suas afinidades e não se preocupariam com nenhum tipo de convenção social.
Não, aquela coisa prazerosa de conhecer e explorar o universo alheio não desapareceria, mas seria feita de forma vertical, mais profunda. Deixemos a superfície pros insetos.

E por falar em idéias malucas de maneiras de comunicação:

"Repara, faz esta experiência: encosta o teu ouvido a outro ouvido. Junta, pois, dois órgãos receptores, e depois espera. Verás. Um órgão aparentemente receptor torna-se emissor depois de algum tempo junto a outro órgão receptor. O teu ouvido fala."

Será? Qualquer dia eu tento.

Essa outra eu adoro: "A linguagem surgiu para que a pornografia não ocupasse o mundo por completo."

Tá tudo nas tabelas literárias de Gonçalo Tavares, em "A perna esquerda de Paris". Eu ainda devo falar muito dele, porque afinal são poucos escritores contemporâneos que conseguem deslocar o óbvio de maneira tão subversiva e que me causam tanto fascínio. E além do mais, ainda tem muitos outros livros bacanas dele aqui na minha estante. :)

P.S.: Os blogs não estariam extintos. As postagens seriam feitas de upload dos bloquinhos escolhidos. Blogs de pensamentos: "thlogs".

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