domingo, 23 de março de 2008

Elemento surpresa

Gosto de ouvir cds que gravei há algum tempo pra me permitir surpreender com músicas que já nem lembrava. Faço isso com aqueles que realmente não imagino o conteúdo, por isso não faço questão de escrever os nomes na capa. Só agora percebo a minha pseudo-displicência, rsrs.
É que sempre gostei das surpresas. Quem não gosta? Talvez por isso adore ouvir rádio (passo por várias emissoras garimpando alguma coisa legal, apesar de não ser fácil) e não goste de ver filmes repetidos – com raríssimas exceções -, porque a emoção vem exatamente da surpresa, do imprevisível. Mas hoje... pelo fato de ser muito desligada com títulos e pela comodidade que eu tinha de virar pro lado e perguntar: "eu já vi esse filme?", acabei revendo um, sem querer. Não lembrava, lendo só pelo nome, que já havia assistido. Acontecia que eu era a que sempre sabia do melhor posto pra abastecer o carro e ele se encarregava de guardar os nomes dos filmes. Eu ri lembrando disso e pela minha patetice em achar que nunca tinha visto esse.
Viajei de novo naquele universo. Aqueles personagens eram uma espécie de cúmplices. Eu já os conhecia, e eles também a mim. Portanto, dessa vez não me emocionei mais com a cena da garotinha. Eu já sabia do poder da fada que deu a capa a seu pai quando tinha 5 anos. Continuei achando a cena linda - “It´s really a good cloak”-, mas a previsibilidade tira o brilho da emoção. Por isso gosto tanto de "Se tudo pode acontecer", do Arnaldo Antunes, porque fala do imprevisível, do inesperado, apesar de ser paradoxal esperar o inesperado. Ah, e voltando aos cds, vi que hoje sou muito mais Arnaldo que Djavan.
O que os coelhos têm a ver com isso? Nada. Estão pendurados num universo paralelo onde não os alcanço, só sei que estão lá. Talvez porque seja páscoa. Talvez porque sejam personagens também.
Agora estou muito atenta aos títulos e à minha listinha de filmes a assistir, mesmo sabendo que não tem muito conserto pra minha "desligadez".
Turning off.
zZzzZzz

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