terça-feira, 6 de outubro de 2009

Clarice traduz

"Houve um momento grande, parado, sem nada dentro."

"E sempre no pingo de tempo que vinha nada acontecia se ela continuava a esperar o que ia acontecer, compreende?"

"Há impossibilidade de ser além do que se é - no entanto eu me ultrapasso mesmo sem o delírio, sou mais do que eu quase normalmente."

"Mas a verdade é que tenho mesmo: olhos brilhantes, essa força e essa fraqueza, batidas desordenadas do coração."

"Ser livre era seguir-se afinal, e eis de novo o caminho traçado. Ela só veria o que já possuía dentro de si."

"Ou pelo menos o que me faz agir não é o que eu sinto, mas o que eu digo."

"A única verdade é que vivo. Sinceramente, eu vivo."
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Fragmentos de "Perto do coração selvagem", Clarice Lispector.

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