
Estágios de pré-paixão; epifanias.
de uma estrela que descobre o detalhe de um olho que a observa.
[Fernando parece estar offline. As mensagens enviadas serão entregues quando esse contato entrar.]
Já aventurei a frase com um estranho que não sabia que eu não bebo chopp. Saiu até natural (apesar de que nem foi propriamente falado). Até hoje nem sei se notou que o gosto da cevada não me apetece. E, se eu não me engano, ele ficou só na coca-cola. But it doesn´t matter. Importa é a desculpa de boas companhias junto com a alegria que essas tulipas trazem ficando ao redor, só enfeitando e animando o ambiente.
P.S.: Naturalmente, nessa foto, a xícara de chocolate é minha – eu sempre acho que a palavra “x”ícara deveria ter sido grafada com “ch”, não sei por quê. Ah, talvez pra combinar com “ch”ocolate, pode ser isso.
Não existem certezas, só oportunidades.
Dúvidas sempre haverão sobre o caminho a tomar. As perguntas sobre se se fez a escolha certa vão estar ali que nem aquele mosquitinho chato que não te deixa dormir. E quer saber? A vida não dá resposta! O que conta é a vontade de acertar.
Nenhum caminho vem com certificado de garantia e nossa vida não é um roteiro de “Efeito Borboleta”, tornando possível vários “ses”.
A única certeza é a de que se deve assumir os riscos da escolha feita e seguir em frente. Ou voltar atrás, se ainda houver tempo.
O fato é que cada um carrega dentro de si sua própria bombinha-relógio e se serve do que acha mais apropriado das coisas que vê por esse mundo.
Gosto de pensar que tenho o tempo que quiser pra fazer o que me der na telha. Planos A, B, C...Z e de novo A¹, B¹, C²³, ad infinitum! Vivemos de perspectivas, mans... ultimamente parece que os papéis se inverteram e o mundo inteiro é que nutre pesadas perspectivas com relação a nós. Incômodo. Ando extremamente avessa a planos.
“É que só sei ser impossível, não sei mais nada. Que é que eu faço para conseguir ser possível?” (Clarice Lispector, sempre ela)
Inevitável lembrar da última vez que estive nele, quando era seguida por olhos cheios de amor, e aquela tinha sido a mais bonita das declarações antes deles tomarem de vez o lugar das palavras. Porque eles falavam mais e além.
Hoje não lembro mais com tristeza, só a beleza do momento me interessa.
Aprendi que é o que importa guardar. E eu tenho feito uma coleção admirável.
Outros personagens, pessoas com as quais não tive muito tempo de convivência, contato físico quase nulo, mas que me provaram que sutilezas tocam a nossa alma muito mais fundo que qualquer beijo tórrido – okay, eu adoro beijos tórridos, mas Lost in Translation tá aí pra mostrar que envolvimento e beleza são muito mais que essa coisa carnal.
Descobri que a pessoa sou eu e que a data é hoje.
Não me tornei egoísta (tenho horror a essa palavra), só melhorei porque odeio gente que só sabe reclamar e não conseguiria viver por aí desse jeito, me lamuriando ou esperando que alguém me resgatasse. Então ganhei o mundo e, consequentemente, o mundo me ganhou.
É ótimo ouvir: “Tá chovendo aqui, ou seja, tempo de Dri em Paris.”
Da próxima vez, vou na primavera. Sozinha ou não. :)
Era uma vez um lunático que, numa noite, descobriu 7 estrelas.
Ousou batizá-las e estabelecer comunicação. Estreitaram-se.
A vida nessa noite foi muito mais divertida, “alucinática”.
As estrelas tinham, cada uma, características muito, muito peculiares.
O lunático transitou por elas como um rei. Ganhou títulos e honras.
Quando a noite acabou, esqueceu-se de tudo, pois eis que ele cultivava o péssimo hábito de nunca lembrar de seus sonhos. Apenas o brilho invulgar daquelas petecas de seu abajur despertava uma vaga desconfiança de memória.
E enquanto isso, Ella cantava Tom. Baixinho.
Nunca tinha reparado no uso curioso que fazemos dessa palavra. Na verdade é porque deixamos a expressão incompleta. Eis que me perguntaram:
- Imaginar o quê? Acho tão engraçado quando você fala assim.
- Imagina se isso é trabalho ou incômodo, ora; imagina se eu vou te largar no meio da rua.
Imagina se eu notaria essa "incompletude" se ninguém observasse.
O olhar estrangeiro faz despertar.
E a imaginação agradece.
Por falar em filme, acabei de assistir Magnólia:
- O que podemos perdoar?
- Eu não vou abrir mão de você.
Isso é muito pano pra manga. Melhor parar por aqui. O curioso é que antes de ver o filme já tinha gostado de One e Save me. Início e fim, respectivamente. Agora gosto ainda mais. :)
Ontem, depois de ler um texto lindamente escrito, pensei no quanto os ingleses foram sábios em incluir o Y em “bYe”. Brilhantes!
Bom é quando a gente consegue virá-lo de cabeça pra baixo e começar tudo de novo.
Lá estava ela, habitualmente aproveitando a madrugada pra alimentar sua insônia e eis que toca o interfone.
Era ele, foi deixar o dvd do filme preferido dela. Disse que precisava vê-la, que não aguentava de saudades, que era uma necessidade... ela nunca entendeu porque ele faz isso. Que estranha necessidade é essa?! Perguntava-se se era pena, se foi checar se ela tem se alimentado direito, como ele costumava recomendar e ela simplesmente odiava essa piedade de quem acha que tem o controle nas mãos.
Bem... Agradeceu. Mas, olhou-o e não o reconhecia. Não era ele. Era a alma. Alguma coisa nele ela não reconhecia. Abraçaram-se tristes. Olharam-se nos olhos, incompreendidos. Talvez ele também já não a reconhecesse. Era como se fossem dor, ela e ele. Montes de destroços um do outro. Ela olhava e via uma dor, uma dor como a dela. Inevitável sensação de fracasso.
Ela começa a achar que, na verdade, ele gostaria de amá-la como antes, devia ser isso! Acha que ele lamenta muito... sim, lamenta, por isso pede tantas desculpas. Por isso não diz quase nada além disso, só olha. Talvez porque, na época do rompimento, ela tenha perguntado muito quando foi que se perderam um do outro. Ela quase exigia saber, talvez isso diminuísse sua sensação de impotência e quisesse correr pra tentar consertar. Ela e sua mania de querer resolver tudo, de fazer tudo pelas coisas que quer, de ser a pró-ativa "da estrela"! Pra pessoas assim, uma história dessas tem uma repercussão catastrófica. É a velha história de não saber se adaptar a situações que lhe são impostas. E ela quis muito resolver tudo de alguma forma. Como não conseguia, ela, no auge do seu desespero, praticamente exigia uma explicação do momento em que o amor cambaleou, fez pluft e morreu. Tentava descobrir o quão longe estavam um do outro a cada data especial que passavam distantes, mesmo estando tão perto fisicamente. E se existia algum ponto lá na frente em que iriam se ver de novo inteiros. Ou se apenas se olhariam nos olhos, solidários e se abraçariam, cúmplices de suas ineficiências. Então se reconheceriam: ela e ele, montes de lindos souvenirs um do outro.
E tudo à tona de novo. Todos os "porquês" mal respondidos, todas as mágoas latentes. Ao menos agora sem aquela fase em que ficava de camisola o dia inteiro, se achando a mulher mais feia do universo, comprando compulsivamente os filmes do Woody Allen pra sentir que alguém é parceiro da neuroses dela. Sim, ela tá melhor, mas sabe que nela o tempo toma a cor imprecisa de uma lucidez triste.
Não demoraram muito. Subiu. Pôs o filme pra assistir. Chorou, chorou, chorou. Perguntou-se por que a vida não acontece como nos filmes. Ela se pega sempre à espera de um final feliz, que nunca chega. Emociona-se com cenas idiotas. Sente raiva. Lembra de quando ele disse, rindo, que, pra ele, ela não precisava fingir, pois não estavam diante de uma câmera. Ele conhecia cada gesto, cada maneira de olhar e disfarçar. Naquela hora, ela só desejava com todas as forças conseguir tratá-lo como qualquer outra pessoa. Olhá-lo e não querê-lo de volta. Esquecer das tantas afinidades que existiam e que foram tão lindamente sendo descobertas por tanto tempo. Esquecer do grau de entendimento absurdo, até na hora do adeus.
Ela, a própria mocinha da comédia romântica - que canta feito louca enquanto dirige: "mas deve haver amor sem sangrar" - sendo que o tal príncipe pós-moderno de tênis All Star não enxerga o seu tão ofuscante valor, se consola pensando ironicamente no seu roteiro mal escrito: vai ver que o brilho é ofuscante demais mesmo!
Na verdade, ela sente muita vergonha de ainda se perceber tão frágil diante de uma tristeza avassaladora. É um vazio existencial que lembra sua pré-adolescência, quando sentia uma melancolia horrorosa, mas que depois passou e ela se transformou numa mulher com um senso de humor incrível, rá-rá-rá!
Pensa que o pior já passou. E ela já desistiu de tentar entender muita coisa. Devagar, devagarinho as respostas vão aparecendo dos lugares mais improváveis. Resta-lhe a surpresa.
Resta-lhe o incrível, o inesperado. Resta-lhe não restar.Ela chora, cansa e descansa.
E então resolve dormir. Dormir para apagar todas as luzes. As ofuscantes e as incandescentes, as de dentro e as de fora.
1) Falta um dedo;
2) Tem a fala presa;
3) Só diz "eu não sabia";
4) Não tem cérebro.
Entretanto, ainda tem muito companheiro que adoraria presentear o povo com essa pelúcia meiga ad eternum - versão metalúrgica de Fidel. É por isso que sempre me pergunto o que fazer para viver na Europa - sem precisar vender meu corpitcho, antes que sugiram.
Hum... já sei! Vou preencher uma proposta de cartão corporativo.
É essa vontade de externar idéias, sensações e impressões.
Pronto, estreei.